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Brincadeiras Antigas Encantam a Geração Z

Nada de celulares, video-games, computador e televisão. As brincadeiras que mais agradam Davi Nogozzeki, de cinco anos, são bolinhas de gude, sete-marias e carrinho de rolimã. A criança mora em Campo Magro, Região Metropolitana de Curitiba (PR), e aproveita os ares de cidade de interior para se “desconectar” do mundo on-line.
 
Davi tem uma cetra (estilingue) feita pelo pai, como conta a mãe do menino, o gerente financeiro Helenice Nogozzeki: “ Ele utilizou galho de uma árvore e fez esse brinquedo para se divertirem juntos”. O brinquedo é uma versão “antiga” do jogo eletrônico “Andry Birds”, febre na internet entre crianças e adolescentes de todo o mundo, cuja dinâmica é arremessar pássaros contra os porcos num estilingue gigante-claro, tudo na esfera virtual. Já Davi, com seu estilingue “de verdade” acerta latas com pedras no quintal de casa e conta com a presença do pai na brincadeira para estimulá-lo e orientá-lo.
 
Davi é exceção entre os meninos da chamada geração Z (nascidos na década 2000). Em uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, em 2010, Sidnei Oliveira, autor do livro Geração Y, expôs que as crianças Z aprendem a usar tecnologia antes de serem alfabetizados.
 
Para os pais, é difícil dosar o uso da tecnologia e, quem sabe, resgatar as brincadeiras antigas. Todavia, para Michelle Taborda, assessora pedagógica da Educação Infantil da Editora Positivo, é possível, sim, despertar interesse em brincadeiras tradicionais nas crianças. “Para resgatar as antigas brincadeiras, o segredo é ter disposição para brincar e interagir com os filhos. As crianças são facilmente envolvidas e vale muito investir nesses momentos importantes em família, cultura e felicidade”, explica a especialista.
 
Uma dica para os pais é retornar as cantigas de roda, como Ciranda cirandinha ou Roda cotia. “Brincadeiras como essas trazem consigo ligações afetivas e facilitam o envolvimento dos pais. Basta acionar nosso arquivo de memória: a infância”, orienta Michele.
 
A interação com celulares, videogames, notebooks e outras ferramentas tecnológicas não devem ser proibidos. Todavia, é bom ressaltar que a troca de olhares, a música e os sorrisos são próprios de brincadeiras tradicionais e, segundo a especialista, ambas devem compor a infância da geração Z.
 
Movimento e Vínculo
 
Outro ponto positivo é o estímulo aos desenvolvimentos físico e motoro, já que, numa brincadeira como a amarelinha, as crianças têm que se deslocar, utilizando força e impulsão. Além disso, há também as interações emocional e social já que os meninos e meninas, nessas brincadeiras, precisam administrar conflitos e conviver com opiniões diferentes. “E, sem dúvida, o desenvolvimento cultural pelo mergulho nas tradições”. É “direito de toda criança conhecer o patrimônio cultural de cantigas, par lendas e brincadeiras criadas ao longo do tempo”, ressalta Michele.
 
Crianças como Davi tem qualidade de vida aliada à tecnologia. A pedida é aliar a tecnologia às brincadeiras tradicionais para aproximar pais e filhos e criar vínculos. Michele sugere que os pais usem CDs com cantigas na hora das brincadeiras de roda ou, em vez de comprar um chapéu, confeccioná-lo usando as técnicas de dobradura. A geração Z pode gostar muito mais das brincadeiras antigas do que você imagina.
29/04/24
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