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Querida Professora

“...quando o fizeste a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizeste.” Jesus Cristo, Mateus 22:40

Freqüentemente nos vemos em  dificuldades para saber que presentes daremos a nossos amigos e queridos, nas ocasiões especiais. Para algumas pessoas (especialmente as que “têm tudo”) os presentes padronizados, comuns, são um tanto desprezíveis. Nada nas lojas chama nossa atenção de modo especial.

Tenho uma degustação. Pode não parecer caro, nem original, mas, creia-me, funciona sempre. Trata-se de um desses presentes que têm imenso valor, sem ostentar uma etiqueta de preço. Não pode ser perdido, nem esquecido. Não há problemas com tamanhos, tampouco. Adapta-se a todas as formas, idades e personalidades. Este presente ideal é... você mesmo. Na sua busca pela excelência, não se esqueça do valor do altruísmo.

É isso mesmo: dê um pouco de você mesmo para os outros.

Dê uma hora de seu tempo a alguém que precisa de você. Envie uma nota de encorajamento a alguém que está desanimado. Faça um ato de bondade a alguém obscuro e esquecido.

Teddy Stallard era excelente concorrente ao título de “esquecido”. Não se interessava pela escola. Usava roupas velhas, amarfanhadas, nunca penteava os cabelos. Era um desses meninos na escola, que exibiam uma face desconsolada, sem expressão, um olhar enevoado, sem foco definido. Quando a professora, Srta. Thompson, falava ao Teddy, ele sempre respondia com monossílabos. Era um camaradinha distante, destituído de graça, sem qualquer motivação, difícil de agente gostar. Embora a professora dissesse que gostava a todos da classe por igual, bem lá dentro, ela não estava sendo muito verdadeira.

Sempre que ela corrigia as provas de Teddy, sentia certo prazer perverso, em rabiscar um X ao lado das respostas erradas, e ao lascar um zero no topo da folha, fazia-o com certo gosto. Ela tinha a obrigação de conhecer melhor o Teddy; os dados do menino estavam com ela. A professora sabia mais sobre ele, do que gostaria de admitir. O currículo do garoto era o seguinte:

1ª Série - Teddy promete muito, quanto ao rendimento escolar e atitudes. Situação doméstica má.

2ª Série - Teddy poderia melhorar. A mãe está muito doente. O menino recebe pouca ajuda em casa.

3ª Série - Teddy é um bom aluno, mas sério demais. Aprende devagar. É lento. A mãe morreu neste ano.

4ª Série - Teddy é lento mas tem bom comportamento. O pai é desinteressado de todo.

Chegou o dia dos professores. Meninos e meninas da classe da Srta. Thompson, lhe trouxeram presentes. Empilharam os pacotinhos na mesa da professora e rodearam-na, observando-a enquanto ia abrindo-os. Entre os presentes havia um, entregue por Teddy Stallard. Ela ficou surpresa ao ver que ele havia trazido um presente. Mas, trouxera mesmo. O presente dele estava enrolado em papel pardo e fita colante, no qual ele escrevera umas palavras simples: “Para senhoria Thompson – do Teddy”. Quando ela abriu o pacote de teddy, caiu sobre a mesa um bracelete vistoso, feito de pedras semelhantes a cristais, metade das quais já havia desaparecido, e um frasco de perfume barato.

Os meninos e meninas começaram a sufocar risadas, exibindo sorrisos afetados, por causa dos presentes de Teddy. Contudo, Srta. Thompson pelo menos teve bom senso suficiente para silenciá-los ao pôr no pulso, á altura dads narinas das crianças, para que cheirassem, ela perguntou: “ Não pe delicioso esse perfume”? As crianças, seguindo a pista deixada pela mestra, imediatamente concordaram com “uuu!” e “ôôô!’

“Se eu não fosse imperador, desejaria ser professor. Não conheço missão mais nobre que a de dirigir as inteligências juvenis e preparar os homens do futuro”. D Pedro II

“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele”. Provérbios – 22:6

Querida professora, estou confiando meu filho aos seus cuidados durante esse ano letivo, mas com alguma preocupação e com um certo grau de receio, próprios de um pai.

Meu filho tem um bem precioso – seu espírito. Minha função tem sido estimulá-lo e protegê-lo. Quero que faça o mesmo. Portanto, permita-me oferecer algumas sugestões que podem ajudá-la a compreender e apreciar meu menino e dar-lhe o tipo de orientação protetora que ele precisa nessa aventura conjunta que vocês iniciam.

Em primeiro lugar, peço que acima de tudo, acaricie e preserve seu espírito. Talvez ele não seja a criança mais inteligente da classe, mas seu espírito elevado será mais radiante. Ele resplandece quando recebe elogios e estímulo, murcha quando prevalecem o descrédito e a humilhação.

O espírito de meu filho poderá impulsioná-lo em direção a uma vida na qual aplicará toda sua energia com propósito, carinho e uma meta a ser conquistada ou em direção aos desafios, e não que se afaste deles. Quero que teste sua força contra as realidades cruéis da vida, imbuída de uma coragem interior que lhe garanta a capacidade de superar quaisquer obstáculos. Por favor, ajude o espírito de meu filho a crescer.

Um sentimento de auto-estima está começando a surgir. Meu filho está começando a adquirir uma noção de si mesmo à medida que descobre quem é e do que é capaz. Entretanto, esse “eu” em desenvolvimento é frágil e caminha com passos vacilantes. Ele precisará de sua mão. Estimule-o à medida que inicia o caminho que deseja seguir, engatinhando quando deveria correr, comportando-se de forma passiva, quando você sabe que deveria liderar. Afinal, ele é jovem. Portanto, a inconsistência é seu comportamento padrão.

Descubra suas habilidades, estimule suas capacidades, elogie suas conquistas e, ao mesmo tempo, identifique com tranqüilidade suas limitações. E ajude-o a melhorar, evitando ou superando seja lá o que os obstáculos impeçam ou bloqueiam seu progresso. Ele sabe melhor do que você como superá-los. Por favor, ajude-o e proteja-o.

Meu filho chega às suas mãos, ansioso por aprender coisas novas. Eu lhe peço, não o desaponte. Torne seus estudos estimulantes e agradáveis. Até hoje, sua vida tem se construído principalmente de diversão. Suas experiências educacionais foram tão naturais quanto sua própria respiração. Por favor, mantenha o mesmo padrão. Dê propriedade ao que ele aprende, e não ao que você ensina, e transforme meu filho e seus colegas no foco de sua classe.

Finalmente, ajude-o a descobrir a maravilha e o entusiasmo do autoconhecimento para que, ao final do ano, ele compreenda melhor o que pode e o que não pode pedir a si mesmo. Quero que deixe sua classe mais confiante em suas habilidades para o sucesso, mais competente como estudante e como pessoa, e mais bem preparado para subir o próximo degrau da escada educacional.

Esse ano, você será uma das pessoas mais importantes em sua vida. Ele imitará seus valores e padrões ou rejeitará. Lembrará dessa professora pelo resto de sua vida ou a esquecerá, sentindo-se magoado pelo que você se recusou a lhe dar. Desejo sinceramente que você seja alvo de sua admiração – estarei ao seu lado.

E, quando esse ano terminar, dê-lhe um abraço e agradeça-lhe por fazer parte de sua vida, como espero lhe agradecer por fazer parte da vida dele.

Com amor e esperança, o pai.

Sugestão para leitura:
BLUESTEIN, Jane. “Mentores, Masters and Mrs. MacGregor”.
Health Communications, Inc.,1995.

Fonte: Livro Insight (3ªEdição) – Autor Daniel de Carvalho Luz

30/04/24
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